Hoje foi um dia que guardarei com carinho e reflexão em meu coração. Foi o primeiro dia de escola do meu pequeno, um passo gigantesco para ele, e confesso, para mim também. O amanhecer trouxe consigo uma mistura de ansiedade e esperança, sentimentos que se entrelaçavam enquanto preparávamos nossa rotina matinal.

A escola nova promete um ambiente inclusivo e adaptado às necessidades do meu filho. Eles parecem entender e respeitar as particularidades de cada criança, algo que alivia um pouco o peso da preocupação que carrego. A comunicação prévia com os professores e o cuidado em detalhar as especificidades do meu filho foram reconfortantes. No entanto, o desconhecido sempre traz seu próprio conjunto de desafios.

A chegada à escola foi tranquila, mais do que eu esperava. Meu filho segurava minha mão com firmeza, seus olhos grandes observando cada detalhe ao redor. Pude sentir sua curiosidade misturada com cautela. A despedida foi breve, mas os segundos que antecederam aquele momento foram carregados de emoção. Não houve choro, apenas um olhar intenso e um aceno tímido antes de ele se virar e caminhar em direção à sua nova rotina.

Durante o dia, encontrei-me em um estado constante de ansiedade, esperando pela hora de buscá-lo. As perguntas se amontoavam em minha mente. Como ele estará? Será que fez amigos? Ele conseguiu se alimentar bem? A escola foi realmente capaz de atender às suas necessidades?

A resposta veio com seu sorriso ao final do dia. Embora cansado, ele parecia satisfeito. Havia uma nova luz em seus olhos, um brilho que falava de pequenas conquistas e muita bravura. A professora compartilhou que, apesar de alguns momentos de hesitação, ele participou das atividades e até interagiu com outros alunos. Meu coração se aqueceu ao ouvir isso.

Compartilhamos o caminho de volta em um silêncio confortável, ele, perdido em pensamentos, e eu, imersa na gratidão por este dia. Ao chegar em casa, dedicamos tempo para desenhar e expressar, através das cores, as emoções do dia. Este momento de conexão se tornou uma ponte silenciosa entre nossos mundos.

O que funcionou hoje:

Preparar visualmente o dia na noite anterior, mostrando-lhe fotos da escola e dos professores, ajudou a diminuir a ansiedade.
Uma pequena lembrança dele em sua mochila, um chaveiro que ele adora, deu-lhe conforto e um pedaço de casa para levar consigo.
Conversar com a professora logo pela manhã e ao final do dia facilitou a transição e me manteve informada sobre seu bem-estar.

Anotações para profissionais:

A adaptação visual e o reforço positivo mostraram-se eficazes no manejo da ansiedade pré-escolar.
A importância de objetos de transição para crianças autistas foi evidenciada, sugerindo sua utilização como prática regular.
Comunicação constante entre pais e educadores é crucial para monitorar o progresso e ajustar as estratégias conforme necessário.

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