Hoje, como em muitos outros dias, despertei com o coração transbordando de esperanças e preocupações — um sentimento já familiar para qualquer mãe, mas talvez um pouco mais intenso para aquelas de nós que acompanham de perto a jornada de uma criança autista. Meu pequeno guerreiro, com seus profundos olhos curiosos e um mundo particularmente seu, tinha hoje mais uma sessão com o terapeuta ocupacional.

A preparação começou cedo. Sabemos bem que as transições e novidades podem ser desafiantes, portanto, mantive a rotina o mais previsível possível, falando sobre a visita ao longo do dia com uma linguagem clara e positiva. Quando chegou a hora, vestimos suas roupas preferidas — aquelas que não incomodam sua pele e o fazem sentir-se seguro — e partimos.

O caminho até lá é sempre uma aventura à parte, observando seu olhar atento sobre o mundo, tentando imaginar as inúmeras maravilhas e perguntas que cruzam sua mente. Ao chegarmos, seu aperto na minha mão se intensificou, um lembrete silencioso de que, por mais que o mundo possa às vezes parecer grande e assustador, estamos juntos nessa jornada.

A sessão foi como um pequeno milagre diário. Ver meu filho interagir com o terapeuta, engajar-se em atividades que desafiam suas habilidades motoras, sua coordenação, e até mesmo sua interação social, é um lembrete palpável do quão longe ele já chegou. A cada pequeno sucesso, seu rosto se ilumina, e eu me encho de orgulho. Não há palavras para descrever a gratidão que sinto pelo profissional paciente e dedicado que o acompanha, adaptando-se e buscando formas de alcançá-lo, de entender seu mundo e trazê-lo para mais perto do nosso.

Mas nem todos os momentos são fáceis. Houve frustrações, lágrimas, momentos em que ele preferiu se refugiar em seu espaço, longe dos desafios propostos. Nessas horas, o apoio e a compreensão do terapeuta foram fundamentais, lembrando-me de que cada pequeno passo — mesmo aqueles que parecem ser para trás — faz parte do processo. É uma dança delicada entre aceitar o ritmo do meu filho e encorajá-lo a explorar além de sua zona de conforto.

O que funcionou hoje:

Manter a rotina previsível antes da visita ajudou a reduzir a ansiedade.
Falar sobre a visita com antecedência e de forma positiva preparou-o emocionalmente.
Roupas confortáveis e familiares deram-lhe um sentido de segurança.

Anotações para profissionais:

A abordagem paciente e adaptável do terapeuta tem sido chave para o engajamento.
Observou-se uma melhoria na coordenação motora e habilidades sociais, sugerindo eficácia das atividades propostas.
Momentos de retirada são frequentes, indicando possíveis áreas de sensibilidade ou desconforto.

A jornada de hoje, como todas as outras, deixou-me com uma mistura de sentimentos. Mas, acima de tudo, sinto-me grata. Grata pela oportunidade de ver meu filho crescer e se desenvolver, grata pelos profissionais dedicados que nos acompanham, e grata pela força que descubro em mim mesma a cada novo dia. Este caminho não é fácil, mas juntos, estamos aprendendo a dançar no ritmo da nossa própria música, uma melodia única, cheia de desafios, mas também de imensas alegrias e conquistas.

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